C. J. Silveira (Coromandel, 10 de julho de 1991) é um escritor mineiro de ficção, autor de “Vertigem”. Seu apetite literário brotou ainda cedo, quando o ainda criança Carlos enfiava-se nas obras de Sir. Arthur Conan Doyle, J. R. R. Tolkien e J. K. Rowling para se refugiar da solidão na qual sua timidez havia lhe trancado. Com o passar dos anos, Carlos Júnior acabou tomando caminhos muito distintos, chegando a estagiar durante um ano no Banco do Brasil até concluir seu curso de graduação em Administração de Empresas. No entanto, a inspiração literária voltou a bombear cargas muito positivas em seu mundo criativo. Vertigem surgiu da mais profunda visão do autor sobre a civilização atual, atirando sobre ela uma sombra de seus piores medos e transformando-a em uma obra completamente original. Atualmente, Carlos Júnior da Silveira está trabalhando em seu primeiro livro de terror, lançando seus dedos por boa parte da literatura nacional e exercendo a arte que mais lhe apaixona: a escrita.

Gabriel Rossoni

Gabriel Rossoni – natural de Vitória, Espírito Santo – é estudante e adora passar seu tempo deslizando seus dedos por sua guitarra. Além disso, foi o primeiro leitor de Vertigem a receber um exemplar autografado e a concluir uma leitura de duzentas páginas em apenas dois dias! Parabéns Gabriel, você é nosso leitor do mês de Abril!

Há boatos perturbadores rondando as vielas do labirinto funesto. Sombras ágeis, mortes inexplicáveis e vestígios de destruição agem sobre o deserto do sábio negro, onde estranhas criaturas erguem-se das areias abrasadoras e movem-se ligeiras em direção aos grandes portões.

“Dizem que Rox’Tardar deixou Lasttown há seis dias e nem sinal de seu retorno.” – murmurou um dos guardas provinciais, esticando a palma de sua mão sobre os olhos ao passo em que tentava avistar o horizonte acobreado.

“E sua escolta?” – indagou seu companheiro, demonstrando uma mistura de suscetibilidade e escárnio em sua face áspera, onde vincos profundos marcavam a pele acinzentada de um legítimo Lasttiniano. “Imagino como devem estar agora... carne seca e rígida sobre seus ossos, bebendo do mijo escasso de seus companheiros enquanto a morte aguarda esperançosa...”

O outro retrucou o olhar, mas não havia sorriso em seus lábios.

“Mortos.” – respondeu ele, voltando a seu posto. “Encontraram suas cabeças atiradas na grande fissura. Seus corpos foram destroçados pelo peso de cinquenta cavalos e suas faces... Ah, o horror que exprimiam...”