Diário do Escritor
2 participantes
Página 1 de 1
Diário do Escritor
13 / 01 / 2015
Lembro-me muito bem dos constantes elogios e consequentemente das notas altas que conquistava ao receber as redações que concluía no ensino médio. Era simples, algo que conseguia despertar minha excitação e que de certa forma, acontecia naturalmente. Imerso na monotonia de um dia caloroso, minhas mãos agarram um caderninho velho e usado e começaram a escrever alguns capítulos do que seria minha primeira tentativa de escrever uma história. Era simples, coberto de erros ortográficos e infelizmente minha vontade acabou se esgotando no final do quarto capítulo. As aventuras do guerreiro que havia saído em missão com um bando anões, elfos e ladrões não despertavam mais o meu interesse.
“Foi você quem escreveu isso?” – perguntou uma prima minha, revirando as páginas do caderno enquanto seus olhos dançavam através das linhas. Ela parecia intrigada.
Alguns anos depois minha escrita fora intensamente aplicada em um antigo fórum de interpretação de personagens, a famosa Zonkos. Eu achava incrível a simples existência de um espaço onde, além de criar meu próprio personagem, eu poderia também ingressar diretamente no mundo fantástico de J. K. Rowling. Foram anos e mais anos dedicando a melhoria de escrita, estética e descrição de cenários fantásticos. No entanto, a própria limitação social do fórum acabou me afastando do meio interpretativo e foi ai que comecei a estudar administração. Não que houvesse alguma relação em deixar o mundo mágico de Zonkos e ingressar em uma universidade, mas os fatos apenas se coincidiram. No final do sexto período, muito tempo ocioso separava minhas poucas atribuições entre o estágio no banco e o início das aulas na instituição. Uma vez que eu ainda não possuía internet em casa, aproveitava cerca de três a quatro horas parado na biblioteca da faculdade, visitando sites de relacionamento, páginas de estudos e vários outros.
‘Venha. Aproveite esse tempo e escreva...’ - essa era a voz que ouvia em minha cabeça. Meus dedos comichavam e as ideias iam se transformando em cenas e que futuramente me levaram a escrever os primeiros capítulos de Clair. Não, eu não consegui terminar a história de amor entre uma humana e um anjo e a ideia acabou saturando entremeio aos vários lançamentos literários. Mesmo com a empolgação e os constantes pontapés dados pelo Renato, a excitação novamente murchou. Não era meu estilo. Não era a história certa. Talvez não fosse pra ser.
Conclui meus estudos e consegui o tão sonhado diploma de administrador. Entrei de cabeça um relacionamento amoroso completamente diferente de tudo que havia conhecido até então e acabei me mudando para a exótica cidade do Rio de Janeiro. Exótica porque quando se fala nessa grande metrópole, a maioria das pessoas instantaneamente associa o nome a um paraíso de mar azul, praias brancas e gente bonita. Uma dica: passe duas ou mais semanas por lá e me conte mais sobre sua experiência!
“Foi você quem escreveu isso?” – perguntou uma prima minha, revirando as páginas do caderno enquanto seus olhos dançavam através das linhas. Ela parecia intrigada.
Alguns anos depois minha escrita fora intensamente aplicada em um antigo fórum de interpretação de personagens, a famosa Zonkos. Eu achava incrível a simples existência de um espaço onde, além de criar meu próprio personagem, eu poderia também ingressar diretamente no mundo fantástico de J. K. Rowling. Foram anos e mais anos dedicando a melhoria de escrita, estética e descrição de cenários fantásticos. No entanto, a própria limitação social do fórum acabou me afastando do meio interpretativo e foi ai que comecei a estudar administração. Não que houvesse alguma relação em deixar o mundo mágico de Zonkos e ingressar em uma universidade, mas os fatos apenas se coincidiram. No final do sexto período, muito tempo ocioso separava minhas poucas atribuições entre o estágio no banco e o início das aulas na instituição. Uma vez que eu ainda não possuía internet em casa, aproveitava cerca de três a quatro horas parado na biblioteca da faculdade, visitando sites de relacionamento, páginas de estudos e vários outros.
‘Venha. Aproveite esse tempo e escreva...’ - essa era a voz que ouvia em minha cabeça. Meus dedos comichavam e as ideias iam se transformando em cenas e que futuramente me levaram a escrever os primeiros capítulos de Clair. Não, eu não consegui terminar a história de amor entre uma humana e um anjo e a ideia acabou saturando entremeio aos vários lançamentos literários. Mesmo com a empolgação e os constantes pontapés dados pelo Renato, a excitação novamente murchou. Não era meu estilo. Não era a história certa. Talvez não fosse pra ser.
Conclui meus estudos e consegui o tão sonhado diploma de administrador. Entrei de cabeça um relacionamento amoroso completamente diferente de tudo que havia conhecido até então e acabei me mudando para a exótica cidade do Rio de Janeiro. Exótica porque quando se fala nessa grande metrópole, a maioria das pessoas instantaneamente associa o nome a um paraíso de mar azul, praias brancas e gente bonita. Uma dica: passe duas ou mais semanas por lá e me conte mais sobre sua experiência!
O início da Vertigem
Acho que somente descobri o significado que o título dessa obra significa quando associei ao que estava fisicamente passando em minha vida. O contexto em que me encontrava era literalmente vertiginoso. Devo confessar que, ao escrever as primeiras páginas do livro em um caderno de brochura e de capa amarela –comprado com desconto na livraria em que trabalhava - , minha intenção era externar meu medo exagerado de que o mundo um dia virasse de cabeça para baixo. Insano? Talvez. Nunca entendi muito bem a origem desse medo e até descobri que uma minúscula parte da população desenvolve esse tipo de medo de dimensões grandes como o céu, o mar e etc.
18 / 01 / 2015
Acordei agora a pouco às sete horas da manhã e pensando seriamente em realizar uma vasectomia. Não que eu deteste crianças e queira estender meu estado de calma e paz por mais vinte anos, mas o barulho do meu pequeno primo às sete da manhã parece mais insuportável que uma manada inteira de mamutes sendo atacada por um bando de leões.
Última edição por CJSilveira em Dom Jan 18, 2015 8:04 am, editado 1 vez(es)
Re: Diário do Escritor
Continue a escrever a historia plis. Eu adorei ler a forma como vc expõe os fatos *___* e seu danadinho, sites de relacionamento .SAF KKKKKKK
Renato Valente- Moderador
- Mensagens : 6
Pontos : 6803
Reputação : 0
Data de inscrição : 11/01/2015
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Sex Abr 12, 2019 4:15 pm por CJSilveira
» Novidades - Abril de 2017
Qua Abr 26, 2017 11:01 am por CJSilveira
» Trabalhos em Progresso
Sex maio 08, 2015 10:15 pm por Renato Valente
» Lançamento e Unboxing
Sex maio 08, 2015 10:13 pm por Renato Valente
» Leitor do Mês
Ter Mar 31, 2015 8:13 pm por CJSilveira
» Resenhas
Ter Mar 31, 2015 7:43 pm por CJSilveira
» Vertigem no Blog Surtos Literários
Sex Mar 13, 2015 9:11 pm por CJSilveira
» Artes da Obra
Qua Jan 28, 2015 4:09 pm por CJSilveira
» Fotos de Leitores [ Vertigem ]
Qua Jan 28, 2015 11:43 am por CJSilveira